Viciado em internet não sai de casa há cinco anos no Espírito Santo

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Viciado em internet

A dona de casa Flávia Coutinho pede socorro para o filho viciado em internet. Ele tem 18 anos e não quer se identificar. Há mais de 5 anos, o jovem se esconde atrás da tela de um computador, onde encontrou refúgio longe dos problemas que começaram na infância, na escola, quando ele foi vítima de bullying. O rapaz não sai mais de casa, no Centro de Vitória, Espírito Santo.

A mãe conta que o rapaz sofre muito, está abaixo do peso, não se cuida, não come, nem dorme direito. “Ele sofreu muito bullying na escola e era chamado de mongol. Diziam que ele era feio e que tinha muita espinha. Colocavam ele lá embaixo. Na verdade, ele tem déficit de aprendizagem e problema na fala. No mundo virtual, ele encontrou alguém que não critica ele. Meu filho ganhou uma identidade”, disse.

Diante dos maus-tratos dos colegas, o jovem abandonou a escola na sexta série e se isolou. Hoje, ele passa o dia inteiro em um mundo virtual, cercado de jogos e de fantasias. Mas ele diz que quer ajuda e sair dessa vida. “Ali, eu tenho amigos, eu sou melhor que na vida real. Queria ter uma vida social e sair desse mundo escuro”, disse o rapaz viciado em internet.
Em 2013, o problema do jovem ficou mais grave. Os médicos diagnosticaram que ele está com síndrome do pânico e, agora, está com medo de sair de casa e de ser vítima de perseguição. Ele teme mais uma vez ser vítima de bullying. “Quero que ele tenha uma vida social e seja um menino como qualquer um da idade dele”, diz a mãe.

Superação
Muitos jovens enfrentam o mesmo problema. Em 2007, Caio Azeredo, na época com 14 anos, não saia de casa e não tinha amigos. Ele era viciado no computador. “A minha relação com os jogos de computador não era saudável. Precisava daquilo porque não estava conseguindo me entrosar na escola e na vida. Não fazia amigos porque era um pouquinho diferente. Quando você não consegue se identificar com as pessoas que convive todo dia, acaba se sentindo isolado", disse.
Hoje com 20 anos, o estudante diz ser uma outra pessoa e superou o vício com a ajuda dos pais. “O computador deixou de ser uma necessidade e passou a ser uma opção. Uso o computador como lazer. Hoje não tem nada melhor do que estar com meus amigos. Se tem alguém que pode fazer a diferença neste tipo de problema, são os pais. Só eles podem ajudar, que muitas vezes são os únicos amigos”, disse.

Sintomas
Segundo a psicóloga Aline Hessel, a partir do momento que o jovem para mais de cinco horas na internet, isso pode ser um indício de uma pessoa que está desenvolvendo uma dependência. "É importante que os pais tenham consciência de que limites devem ser colocados. Também é necessário que os pais criem alternativas. Convidar o jovem para ir ao supermercado não é um dos melhores programas. É interessante buscar passeios que sejam mais atraentes", diz.
Aline ainda diz que os pais devem ser os primeiros a ajudar os filhos que estão dependentes do computador. "Eles devem ficar atentos aos primeiros sinais de que algo está errado, como o isolamento social, o fato de deixar de fazer atividades que fazia no dia a dia e o baixo desempenho escolar. Ela diz que para vencer o vício, o caminho é conversar sempre, estipular horários de uso do computador, tomar atitudes a princípio antipáticas mas salvadoras: como por exemplo retirar o computador da tomada", orienta a psicóloga.

Fonte: G1

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