Deputada Ana da 8 é destaque no Fantástico

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Rondônia mais uma vez teve espaço durante reportagem especial no Fantástico – o dominical da Rede Globo e de maior audiência na televisão brasileira. Mas como de praxe, as notícias são todas ruins e ficaram sem respostas como das outras vezes.

Tráfico de drogas, favorecimento político, funcionários fantasmas e mais uma série de outras irregularidades compõem a trama que aportou sob as duas principais Casas de Leis do Estado: a Assembleia Legislativa de Rondônia e Câmara Municipal de Porto Velho.

Entretanto uma figura já carimbada nas páginas sombrias da história política de Rondônia ressurgiu surpreendendo ainda mais. Já relacionada nos esquemas desvendados pela Operação Termópilas, Ana da Oito demonstrou que, além de não temer a Justiça, faz o que bem quer quando lhe convém, inclusive desafiando a polícia ao produzir provas contra ela mesma.

Foi a própria Ana da Oito, à época candidata, que registrou em cartório a fatia de seu mandato a qual teriam direitos os acusados de tráfico de drogas Beto Baba e Fernando da Gata. Exatamente 33% do seu mandato, dividido em indicações e emendas parlamentares, seriam destinados a saldar dívidas de campanha.

OS PRESOS E OS “FANTASMAS” DE HERMÍNIO
Durante a Operação Apocalipse foram presas, até agora, um total de cinquenta e três pessoas dividas entre funcionários fantasmas, empresários e os três vereadores de Porto Velho, Marcelo Reis e Eduardo Rodrigues, ambos do PV, e Jair Montes, apontado como líder da quadrilha, do PTC.

Hermínio Coelho (PSD), Jean de Oliveira (PSDB), Ana da Oito (PTdoB), Adriano Boiadeiro e Cláudio Carvalho (PT) foram afastados de suas atividades parlamentares pelo período de quinze dias. Coelho, que presidente o Poder Legislativo em Rondônia, tem, segundo as investigações, cerca de 10 funcionários fantasmas.

A reportagem do Fantátisco chegou a seguir e gravar um desses funcionários, um taxista, que, neste período, sequer chegou próximo ao prédio da Assembleia Legislativa de Rondônia; ele seria, oficialmente, assistente parlamentar do presidente da ALE.

A DELAÇÃO SEGUIDA DE MORTE

A Polícia Civil promete investigar com mais ênfase a morte da ex-esposa do vereador Jair Montes (PTC), preso durante as incursões da Operação Apocalipse. Ela teria relatado, pouco antes de morrer, que o marido mantinha estreitas relações com Beto Baba e que, além disso, chegou a esconder droga na própria residência.

UMA DANÇARINA MISTERIOSA
A parlamentar que vendeu o mandato e registrou em cartório, segundo apontam as investigações, contratou quatro funcionários fantasmas em seu gabinete. Eles, ainda segundo a polícia, recebiam salários e devolviam parte deles para Ana da Oito. Ana Cristina das Pontes, uma das pessoas que recebia, mas não trabalhava, teve sua rotina gravada pela Polícia Civil. Ficou constatado que na verdade trata-se de uma professora de dança, que leciona em uma academia da capital. No Legislativo, Ana Cristina é apontada como assistente parlamentar e, por saber do esquema, foi presa.
 
TRABALHA NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE RONDÔNIA..., MAS NO RIO GRANDE DO NORTE
O subtítulo por si só fica indecifrável. Nem chega a ser plausível porque há, de fato, uma boa distância geográfica entre Porto Velho, capital de Rondônia, e Natal, principal cidade do Rio Grande do Norte.

Mas a Polícia Civil conseguiu desvendar que Andréia Macedo Braga, esposa de Fernando da Gata, era contratada pelo gabinete do deputado estadual Cláudio Carvalho, do PT e morava mesmo em Natal, no Rio Grande do Norte. O salário girava em torno de R$ 6 mil mensais. Ela foi presa junto com o marido em seu apartamento de luxo, de frente para o mar – e muito longe de Rondônia.

O SILÊNCIO IMPEROU
Todos têm direito a manter o silêncio, obviamente, sem que sejam considerados culpados. Isto na esfera do processo penal. Mas o Fantástico tentou contato com todos os deputados citados na matéria e nenhum deles quis se pronunciar a respeito do caso. Pessoas públicas, com mandato eletivo, respondendo a seriíssimas acusações agora nada têm a dizer ao povo que os elegeu. Fica aí, no mínimo, a indagação política: merecem ser reeleitos?

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