Moradores liberam a BR-421 após sete dias de Manifestações


Os manifestantes que bloqueavam a estrada usada como rota alternativa terrestre para chegar a Guajará-Mirim, cidade que ficou praticamente isolada pela cheia dos rios Madeira, Araras e Ribeirão, decidiram liberar o acesso a veículos, temporariamente, na noite de quarta-feira (12), segundo a Polícia Militar. A estrada localizada em Nova Dimensão, distrito de Nova Mamoré, foi fechada há uma semana por moradores do distrito, em conjunto com indígenas da região.

Os manifestantes pedem a abertura de uma nova rota, que passaria por dentro do Parque Estadual de Guajará-Mirim, área de reserva florestal. Com o acesso fechado, a população de Guajará-Mirim e Nova Mamoré sofreu com o desabastecimento da cidade, depois que a água invadiu a BR-425 e interditou a pista, no dia 12 de fevereiro. Água mineral, combustível, gás de cozinha e alimentos básicos estavam em falta em Guajará, que já sente, também, os reflexos da cheia na economia. Segundo a Associação Comercial do município, 20% da população ativa está desempregada e várias empresas deram férias coletivas a seus funcionários. Com o fim do protesto, caminhões que estavam parados em Nova Dimensão há uma semana chegaram a Guajará-Mirim na manhã desta quinta-feira (13). Assim, postos de combustíveis foram reabastecidos e o comércio recebeu mantimentos, porém não há como mensurar por quanto tempo o abastecimento será suficiente para suprir as necessidades da população.

Manifestação e bloqueio 
Os moradores de Nova Dimensão exigem a abertura da Estrada-Parque, que ligaria a região à Jacinópolis, também distrito de Nova Mamoré. São 11,5 quilômetros de estrada que seria aberta dentro do Parque Estadual Guajará-Mirim. Segundo os moradores, a nova rota reduziria em 200 quilômetros a distância até Ariquemes (RO), uma vez que atualmente o percurso entre os dois municípios chega a 430 quilômetros. Órgãos estaduais deram pareceres favoráveis para a abertura da estrada, no período emergencial que a região enfrenta, mas o Ministério Público Federal, em Rondônia, proibiu tal ação. Com o fechamento da rota alternativa, mais de cem mil pessoas foram atingidas pelo desabastecimento, que também teve reflexos na economia da Bolívia, país que faz fronteira com o estado, e que depende da importação dos produtos do Brasil.

Postar um comentário

0 Comentários