HAJA CARTOLINA! - por Claudiomir Rodrigues

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Jovens de Nova Mamoré fecharam a BR-425

A linha do silêncio foi rompida... Ninguém agüentava mais tanto desprezo, tanto esquecimento e tanta impunidade. O Brasil dos baderneiros e vândalos assim batizados por nossas autoridades no início do movimento e combatidos com violência pela polícia, foi o tapa na cara que fez acordar uma nação inteira, aquietada por Leis não cumpridas e decisões políticas arbitrárias daqueles que não consultavam a população e faziam o que bem queriam. Os 0,20 centavos no acréscimo do bilhete do coletivo foi o estopim que fez eclodir muitas das insatisfações de um povo fadado a tantos impostos e nada de contrapartida.

A solidariedade aos que deram o 1º grito chegou rápido, e nenhum político brasileiro sequer imaginou que viesse tanta gente e com tanta disposição para as ruas. Acreditou-se que o advento da copa das confederações, copa do mundo e em breve olimpíadas realizados no País verde amarelo, fosse suficiente para tirar a atenção do povo e praticar aumentos, favorecer empresas do esquema e deixar cair no esquecimento saúde pública, escola pública etc. etc. etc...

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São Paulo

Às vozes das ruas associou-se, infelizmente, a violência, a depredação e o vandalismo imoral daqueles do quanto pior melhor, mas nem isso tem tirado o brilho e a beleza das manifestações pacíficas de um povo já exaustivamente cansado da impunidade, imoralidade, ilegalidade e arbitrariedade. Diante destes fatos, a Presidenta convocou reuniões de emergência e Governadores e Prefeitos baixaram o valor de passagens de ônibus, trens, metrôs e a problemática da corrupção, impunidade, serviços públicos precários, saúde, educação, reformas e criminalidade saíram das gavetas e voltarem à mesa das discussões. Ano que vem tem eleição e ninguém quer ser vaiado, cobrado ou esquecido no dia da votação, mas também, de nada vai adiantar propor mudanças se não as fizer cumprir. Do que vai adiantar transformar a corrupção em crime hediondo se lá na frente o corrupto entra com recurso e mais recurso e nunca paga pelo crime?. Leis nós já temos, e boas, mas cadê a agilidade do processo e o desfecho final?

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Rio de Janeiro

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Porto Velho

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Brasília

A internet e o facebook, importantes ferramentas de divulgação e mobilização, associada aos outros meios de comunicação fez o grito ser ouvido nos quatro cantos do País, metrópolis, capitais, cidades pequenas e médias assistiram e logo em seguida se solidarizaram. É assim mesmo Brasil! Uma única voz ninguém ouve, mas milhões gritando ao mesmo tempo, cala qualquer autoridade por maior que seja.

Gastou-se cerca de 15 bilhões em estádios de futebol - nada contra os eventos esportivos, mas se esse dinheiro fosse investido na construção de hospitais, escolas, universidades e contratação de profissionais, teríamos mais gente distante da miséria, menos vítimas da violência, menos impunidade, menos filas e menos bandidos nas ruas e nos gabinetes, alguns com salários altíssimos e auxílios transporte, moradia, auxílio saúde, passagens, seguranças, combustível e por último, auxílio gravata, e isso tudo gera indignação e revolta. E quando se pensa que o movimento enfraqueceu, lá está no face mais um chamado: #vempraruasãopaulo, #vempraruabrasilia, #vempraruario, #vempraruaBH, #vempraruaportovelho, #vempraruabrasil e por aí vai.

Se os governantes e o Judiciário não abrirem o olho e começar a resolver alguns problemas, os movimentos vão se transformar numa força tão grande, que podem chegar ao ponto de inviabilizar eleição, copa e olimpíadas, e haja cartolina para tantas frases e pedidos criativos como este em Porto Velho: “volto já filho!!! Estou ajudando a democracia”. Ou este outro “por que valorizar um herói da copa, quando temos milhares em nossas escolas?”

Autor: Claudiomir Rodrigues
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São Paulo

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Fortaleza

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Manaus

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